O feijão deve fazer parte da dieta dos pacientes diabéticos.

Autor: Dr. Daniel Panarotto

O feijão faz parte da mesa brasileira há gerações. Está presente no almoço do dia a dia, em receitas típicas e na memória afetiva de muitas famílias. 

Além do valor cultural, esse alimento desempenha um papel importante para quem vive com diabetes.

Embora contenha carboidratos e, portanto, também eleve a glicose após a refeição, o feijão possui características nutricionais que modulam a velocidade com que essa glicose chega à corrente sanguínea.

Entender por que isso acontece ajuda pacientes a fazer escolhas alimentares mais conscientes e a compreender como pequenos ajustes na rotina têm impacto direto no controle do diabetes.

 

O que é Índice Glicêmico e por que ele importa para quem tem diabetes?


O Índice Glicêmico (IG) avalia a velocidade com que um carboidrato é digerido e absorvido pelo organismo, elevando a glicose no sangue. Quanto maior o IG, mais rápida e intensa é essa elevação.

Para pessoas com diabetes, isso significa que alimentos de alto IG tendem a causar picos glicêmicos, variabilidade glicêmica e maior dificuldade de manter metas terapêuticas.

É importante diferenciar IG de carga glicêmica, conceito que considera também a quantidade de carboidratos em uma porção. 

Porém, para fins educativos, entender que o IG determina a velocidade do impacto glicêmico já traz clareza suficiente para a maioria dos pacientes.



Por que o feijão tem baixo índice glicêmico?


O feijão é classificado como um alimento de baixo índice glicêmico, mesmo contendo carboidratos. Isso ocorre devido a três componentes fundamentais:

  1. Fibras solúveis: aumentam a viscosidade do conteúdo intestinal e retardam a digestão do amido, fazendo com que a glicose seja liberada de forma mais lenta.
  2. Proteínas vegetais: reduzem a velocidade do esvaziamento gástrico e modulam a resposta glicêmica.
  3. Amido resistente: parte do carboidrato é digerida apenas parcialmente, o que fraciona a liberação de glicose.

 


Quando comparado a carboidratos de alto IG (como pão branco, batata inglesa ou arroz), o feijão provoca uma resposta glicêmica mais gradual e mais previsível.

 

Como o feijão impacta a glicemia?


Mesmo sendo um alimento favorável, o feijão não é isento de carboidratos. Ele aumenta a glicemia, mas com duas diferenças fundamentais:

A liberação de glicose é mais lenta;


A variabilidade glicêmica é menor, o que contribui para um controle pós-prandial mais estável.

Além disso, por ser uma fonte de fibras e proteínas, o feijão promove maior saciedade, auxiliando no controle do apetite e do peso, fatores diretamente relacionados à sensibilidade à insulina.

 

Refeição equilibrada: é importante diversificar a dieta


Nenhum alimento deve ser analisado isoladamente. A resposta glicêmica depende do conjunto da refeição. Por isso:

  • Combine feijão com proteínas magras (peixe, ovos ou frango) para reduzir ainda mais a velocidade de absorção da glicose.
  • Inclua vegetais crus ou cozidos para mais fibras e valor nutricional do prato.
  • Opte por arroz integral como acompanhamento, sendo uma alternativa mais equilibrada que o arroz branco.


As porções, porém, precisam ser individualizadas, lembrando que o uso de medicamentos, a rotina de atividade física e o histórico glicêmico influenciam quanto cada pessoa pode consumir com segurança.

 

Outros benefícios metabólicos do feijão


O feijão não ajuda apenas no controle da glicose. Seu perfil nutricional traz outros benefícios importantes para quem vive com diabetes:

  • Fibras e microbiota intestinal: a fermentação das fibras e do amido resistente melhora a sensibilidade à insulina.
  • Micronutrientes essenciais: o feijão é fonte significativa de magnésio, potássio e compostos antioxidantes, todos associados à melhor saúde cardiometabólica.

 

Alimentação para diabetes: como inserir o feijão na rotina de forma segura?


Algumas orientações simples facilitam o uso do feijão como aliado no controle glicêmico:

  • Consumir porções moderadas, ajustadas às metas individuais;
  • Priorizar preparações caseiras, evitando produtos industrializados;
  • Ajustar as quantidades conforme recomendação médica.

Além disso, procure monitorar a resposta glicêmica pós-prandial para entender como o alimento se comporta em cada organismo.

 

Controle glicêmico e acompanhamento: como o consumo do feijão ajuda no tratamento?


O feijão é um alimento tradicional, nutritivo e, quando consumido de forma planejada, um excelente aliado do controle glicêmico.

Ainda assim, cada organismo responde de forma particular. Por isso, avaliações personalizadas, como as realizadas no acompanhamento do Dr. Daniel Panarotto, são indispensáveis.

Apenas um especialista pode ajudar a definir porções adequadas, metas glicêmicas e estratégias alimentares seguras.

Por isso, agende uma consulta com o Dr. Daniel Panarotto para acompanhamento nutricional e metabólico.