Paciente mede os níveis de glicose no sangue com um medidor

Autor: Dr. Daniel Panarotto

A regulação da glicemia é um processo vital para manter o equilíbrio do organismo, garantindo energia às células e o pleno funcionamento dos seus sistemas. 

Controlada por hormônios, como insulina e glucagon, a glicose no sangue depende de uma complexa interação entre alimentação, atividade física e funções hepáticas e pancreáticas. 

Entender como esses mecanismos funcionam — e o que ocorre quando são desregulados — é indispensável para prevenir complicações, como diabetes, hipoglicemia e danos vasculares. 

Por isso, queremos explorar os fatores que influenciam os níveis de glicose, desde a alimentação até o estilo de vida, oferecendo recomendações para uma saúde metabólica equilibrada.

Como o corpo regula naturalmente a glicemia?

O corpo mantém os níveis de glicose equilibrados por meio da ação de dois hormônios principais produzidos pelo pâncreas.

O primeiro deles é a insulina, que reduz a glicemia ao permitir que as células absorvam a glicose presente no sangue, armazenando o excedente no fígado.

O glucagon, o segundo hormônio, eleva a glicemia ao estimular a liberação de glicose armazenada no fígado, especialmente durante períodos de jejum.

O equilíbrio entre esses hormônios garante a estabilidade dos níveis de glicose, proporcionando energia ao corpo e ao cérebro.

 

Glicose alta, normal e baixa: o que cada nível significa?


Acompanhe, abaixo, como os diferentes níveis de glicose afetam o organismo.

 

Glicose alta (hiperglicemia)

Medição da glicose acima de 126 mg/dL em jejum. Isso significa que o corpo não está conseguindo absorver ou armazenar a glicose adequadamente, geralmente devido à resistência à insulina.

Isso causa diversos sintomas, entre eles, sede excessiva, cansaço, boca seca, visão embaçada, infecções urinárias, feridas na pele, perda de peso inexplicável e cicatrização lenta. 

 

Glicose normal (euglicemia)

Medição entre 70 e 99 mg/dL em jejum. Esse é o nível ideal para fornecer energia ao corpo sem sobrecarregar o sistema metabólico.

 

Glicose baixa (hipoglicemia)

Medição abaixo de 70 mg/dL. O corpo tem menos glicose disponível para fornecer energia, o que pode causar sintomas como tontura, tremores e confusão mental.

 

Então, hiperglicemia e diabetes são a mesma coisa?

Vale pontuar que hiperglicemia e diabetes não são a mesma coisa. A hiperglicemia é uma condição temporária em que os níveis de glicose no sangue estão elevados, podendo ocorrer por fatores como alimentação rica em carboidratos, estresse ou infecções. 

Já o diabetes é uma doença crônica caracterizada pela dificuldade do corpo em produzir ou utilizar insulina, resultando em hiperglicemia persistente. Embora estejam relacionados, nem toda hiperglicemia significa diabetes.

 

O que fazer em caso de nível de glicose alto?

Antes de mais nada, é preciso verificar os níveis de glicemia para confirmar a hiperglicemia. Após isso, algumas recomendações podem ser seguidas, tais como:

 

  • Aumentar a ingestão de água;

  • Fazer uma melhor distribuição entre as refeições ao longo do dia;

  • Praticar atividade física leve;

  • Evitar alimentos ricos em carboidratos;

  • Seguir a dosagem correta de insulina ou outros medicamentos;

  • Consultar um médico se os níveis permanecerem elevados.

     

Episódios recorrentes de hiperglicemia podem desencadear um quadro mais grave de diabetes. 

Então, não deixe de fazer um check-up para diabetes ao sentir os sintomas da hiperglicemia.

 

Níveis de glicose no sangue: fatores que podem causar desequilíbrios


Vários fatores podem causar desequilíbrios nos níveis de glicose no sangue, entre eles:

 

  • O consumo excessivo de carboidratos;

  • Quadros clínicos de obesidade e sedentarismo;

  • Longos períodos sem comer podem causar desequilíbrio nos níveis de glicose;

  • Alguns remédios, como corticosteróides, podem aumentar a glicemia;

  • A idade avançada já implica a desregulação natural dos sistemas do organismo; 

  • Esses são apenas alguns fatores que podem impactar os níveis de glicose no sangue. 

     

Para garantir um controle eficaz e prevenir complicações, é altamente recomendado realizar um acompanhamento regular com endocrinologistas, para ajustar tratamentos e buscar orientação sobre hábitos saudáveis de forma individual.

 

Glicemia em níveis saudáveis: confira algumas dicas


Uma rotina equilibrada e bons hábitos alimentares já ajudam no controle da glicemia, evitando tanto a sua falta, quanto o seu excesso:

 

  • Sendo assim, confira algumas recomendações de médicos:

  • Alimente-se de forma equilibrada;

  • Evite longos períodos de jejum;

  • Inclua exercícios moderados na rotina para melhorar a sensibilidade à insulina;

  • Mantenha o estresse controlado, durma bem e não negligencie o sono;

  • Hidrate-se com frequência;

  • Atenção aos medicamentos caso faça uso deles;

  • Realizar acompanhamento médico se houver predisposição ao diabetes.

     

Manter a glicemia em níveis saudáveis promove qualidade de vida e prevenção de comorbidades. Pequenas mudanças no dia a dia fazem toda a diferença.

 

Monitorar os níveis de glicose: a importância de exames regulares

Médico ajuda paciente a medir a glicose.

Manter um monitoramento constante dos níveis de glicose é essencial para detectar alterações repentinas nos níveis de glicose. 

Exames periódicos ajudam a ajustar tratamentos, identificar padrões de glicemia e prevenir condições mais graves, como diabetes. 

Além disso, medições regulares viabilizam um controle mais assertivo dos níveis de glicose, principalmente para quem já possui diagnóstico de diabetes. 

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