Mesa repleta de ultraprocessados, alimentos que devemos evitar.

Autor: Dr. Daniel Panarotto

A praticidade dos alimentos ultraprocessados, com validade estendida e sabores artificiais, conquistou espaço na rotina de milhões de pessoas no mundo todo.

Mas essa conveniência é perigosa. Segundo uma pesquisa, da Universidade de São Paulo, o consumo de alimentos ultraprocessados está ligado a um risco 12% maior de desenvolver diabetes tipo 2.

Cada vez mais, pesquisas e relatos apontam para uma conexão preocupante entre esses produtos e o avanço de doenças metabólicas.

É o que ressalta o livro Gente Ultraprocessada, do médico Chris van Tulleken, especialista em imunidade. No capítulo 18, “Ultraprocessados são concebidos para consumo em excesso”, o autor revela:

“A incompatibilidade entre os sinais de gosto que partem da boca e o conteúdo nutricional de alguns Alimentos Ultraprocessados (AUPs) altera o metabolismo e o apetite de formas que apenas começamos a entender, mas que parecem impulsionar o consumo em excesso. [...] Os aditivos e os processamentos físicos significam que os AUPs afetam diretamente nosso sistema de saciedade. Outros aditivos podem afetar as funções cerebrais e endócrinas, e o plástico das embalagens pode afetar a fertilidade”.

É importante entender o que de fato define um alimento ultraprocessado e por que ele tem sido colocado no centro de tantos debates sobre saúde pública.

 

Gente ultraprocessada: você já leu?


O livro é um alerta sobre o impacto dos alimentos ultraprocessados na saúde física, mental e social.

Ao adotar, por um mês, uma dieta composta por 80% desses produtos, o autor vivencia seus efeitos nocivos: ganho de peso, confusão mental, compulsão alimentar, sensação de vazio e mal-estar. 

Mesmo sem sentir prazer ao comer, ele segue desejando esses alimentos, o que mostra como esse tipo de dieta pode desregular o corpo e a mente, em um ciclo difícil de quebrar:

Desta maneira, Van Tulleken quis provar que estamos nos afastando da comida de verdade — e adoecendo no processo. Ele afirma em sua obra:

“A destruição da matriz alimentar por meio de processamentos físicos e químicos faz com que os AUPs [Alimentos Ultraprocessados] sejam, em geral, suaves. Isso significa que você os consome rápido, ou seja, que você ingere muito mais calorias por minuto e não se sente completamente satisfeito até bem depois de ter terminado. [...] Os AUPs costumam ter uma densidade calórica muito alta porque são secos e têm elevado teor de gordura e açúcar e poucas fibras, de modo que você consome mais calorias por bocado”.

A leitura da obra de Van Tulleken é especialmente valiosa para quem busca entender o papel dos hábitos alimentares no controle do pré-diabetes e do diabetes, além de ser um incentivo claro para trocar a praticidade artificial pela nutrição real.

 

Por que alimentos ultraprocessados aumentam o risco de diabetes?


Ao entrar em um mercado, é comum se deparar com embalagens chamativas, como: 

  • Pronto em 3 minutos;

  • 0% gordura trans;

  • Sabor irresistível;

  • Com pedaços e sabor da fruta! 

Parece prático e inofensivo. Mas por trás do apelo visual e da promessa de conveniência, os alimentos ultraprocessados carregam conteúdos ocultos e que passam longe de uma refeição nutritiva. Tulleken discute sobre isso em sua obra:

“A conveniência, o preço e o marketing dos AUPs incitam a comer constantemente e sem pensar, o que leva a mais petiscos, menos mastigação, alimentação mais rápida e aumento de consumo. [...] Os AUPs são viciantes, o que quer dizer que, para algumas pessoas, o empanturramento é inevitável”.

O autor ainda revela que os ultraprocessados são produtos industriais formulados a partir de ingredientes isolados, como amidos modificados, açúcares refinados, óleos hidrogenados, corantes, aromatizantes e emulsificantes.

O perigo de tais ingredientes é evidente: “prejudicam o microbioma e permitem que bactérias inflamatórias floresçam e provoquem vazamentos no intestino”, explica o autor.

Além disso, os ultraprocessados são formulados para enganar o cérebro, criando uma falsa saciedade e estimulando o consumo contínuo. 

Com isso, acabam substituindo comidas nutritivas e ricas em fibras, vitaminas e minerais. Quando consumidos com frequência, comprometem a saúde do corpo.

 

Dieta com ultraprocessados: como pode levar ao diabetes tipo 2?


Sim, uma alimentação baseada em alimentos ultraprocessados aumenta significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Veja por quê:

  • Picos de glicemia: esses alimentos provocam elevações rápidas no nível de açúcar no sangue;

  • Ganho de peso: o consumo frequente favorece o acúmulo de gordura corporal;

  • Resistência à insulina: ambos os fatores anteriores contribuem para esse quadro, principal causa do diabetes tipo 2;

  • Desequilíbrio hormonal: alterações metabólicas prejudicam a regulação do açúcar no sangue.

Com o tempo, o organismo perde a capacidade de manter os níveis de açúcar no sangue sob controle. Por isso, reduzir esses alimentos é vital, tanto para prevenir, quanto para controlar o diabetes.

 

Substituir ultraprocessados por alimentos saudáveis: confira algumas dicas


Substituir alimentos ultraprocessados por opções mais naturais é um cuidado com a saúde. No entanto, muitas pessoas não sabem por onde começar.

Nesse caso, seguir as recomendações abaixo é uma excelente maneira de dar o primeiro passo:

  • Prefira água com gás e limão no lugar de refrigerantes;

  • Troque biscoitos recheados por frutas ou castanhas;

  • Dê preferência aos iogurtes naturais;

  • Escolha pães integrais de fermentação natural;

  • Substitua temperos prontos por ervas e especiarias;

  • Cozinhe mais em casa e organize suas refeições

  • Leia os rótulos e evite ingredientes desconhecidos.

Ao optar por uma alimentação equilibrada, o corpo funciona melhor, a saciedade melhora e o controle glicêmico se torna mais eficaz — especialmente para quem já está em risco.

 

Alerta: sua saúde depende do que você come



Como vimos, os alimentos ultraprocessados interferem diretamente na saúde metabólica e aumentam o risco de desenvolver o diabetes tipo 2 e outras doenças. 

Embora tentadores, têm impacto cumulativo e consequências invisíveis por algum tempo. Por isso, repensar os hábitos alimentares é prevenir. E essa mudança começa com informação, consciência e acompanhamento especializado. 

O Dr. Daniel Panarotto, endocrinologista com mais de 20 anos de experiência, está pronto para ajudar você a entender seu risco, prevenir complicações e conquistar mais qualidade de vida.

Dê o primeiro passo agora. Agende seu Check-up Diabetes clicando no botão abaixo e comece a cuidar do que realmente importa: a sua saúde.