Idoso não consegue dormir devido a um episódio de hipoglicemia noturna.

Autor: Dr. Daniel Panarotto

Você vai dormir tranquilo, após um dia corrido, acreditando que tudo está sob controle. Mas, no meio da madrugada, seu corpo entra em alerta silencioso: começa a suar, o coração acelera, talvez você acorde confuso ou com dor de cabeça sem saber o motivo.

Esse episódio, que pode parecer comum para quem vive com diabetes, é o sinal da hipoglicemia noturna, uma queda acentuada nos níveis de glicose que acontece durante o sono.

Neste conteúdo, você vai saber mais sobre a hipoglicemia noturna, por que ocorre, quais são os sintomas e, principalmente, como prevenir esse tipo de crise.

 

Acorda suando ou com dor de cabeça? Saiba reconhecer os sinais da hipoglicemia noturna


A hipoglicemia noturna acontece quando os níveis de glicose no sangue caem demais durante o sono, geralmente abaixo de 70 mg/dL.

O corpo, em resposta, libera hormônios, como insulina, para tentar corrigir esse desequilíbrio, o que provoca sintomas físicos que podem acordar a pessoa no meio da madrugada ou deixá-la esgotada ao despertar. Os principais sinais incluem:

  • Suor excessivo durante a noite, mesmo em ambientes frescos;
  • Pesadelos ou sonhos agitados;
  • Tremores, palpitações ou sensação de ansiedade;
  • Dor de cabeça ao acordar;
  • Taquicardia (batimentos acelerados);
  • Cansaço incomum pela manhã;
  • Irritabilidade ou confusão ao despertar.

Em casos mais intensos, a pessoa pode até acordar desorientada, com dificuldade de se comunicar. Já em episódios leves, os sintomas podem passar despercebidos, o que torna o problema ainda mais perigoso se ocorrer com frequência.

Por isso, se você tem diabetes e acorda com esses sinais regularmente, vale a pena agendar um Checkup para diabetes.

 

Apneia do sono e hipoglicemia: uma dupla que pode sabotar suas noites


A apneia do sono e a hipoglicemia noturna são condições distintas, mas quando acontecem juntas, podem agravar a qualidade do sono e aumentar os riscos à saúde, especialmente em pessoas com diabetes tipo 2.

Ambas desregulam o organismo, aumentam o estresse metabólico e ativam mecanismos de defesa que provocam agitação, suor, cansaço extremo e confusão mental ao acordar.

Por isso, é preciso ficar atento aos sinais de alerta dessa combinação:

  • Ronco alto;
  • Pausas na respiração notadas por terceiros;
  • Acordar ofegante ou com sensação de sufocamento;
  • Sono não reparador, mesmo após várias horas;
  • Sudorese noturna;
  • Dores de cabeça matinais;
  • Sensação de fraqueza ou tontura ao acordar.

Se você vive com diabetes e apresenta esses sintomas, converse com seu endocrinologista para ajustar o tratamento.



Durma tranquilo: veja como evitar quedas de glicose durante a noite

Evitar a hipoglicemia noturna não exige grandes mudanças, mas sim atenção a pequenos hábitos. Acompanhe:

  • Faça lanches leves e equilibrados antes de dormir;
  • Combine carboidrato com proteína ou gordura boa no lanche noturno;
  • Evite dormir de estômago vazio e jejum prolongado;
  • Meça sua glicemia antes de deitar;
  • Ajuste a dose de insulina à noite (com acompanhamento médico);
  • Não consuma álcool no fim do dia;
  • Mantenha uma rotina alimentar estável ao longo do dia;
  • Pratique atividade física com orientação, evitando treinos intensos à noite.

Lembre-se: controlar o diabetes é um cuidado que continua mesmo enquanto você dorme. Dormir tranquilo é, também, um sinal de que sua saúde está em dia.

 

Teve hipoglicemia à noite? Veja o que fazer na hora para evitar complicações


Acordou com tremores, suor frio, dor de cabeça ou confusão? Esses podem ser sinais claros de uma hipoglicemia noturna. Veja o que fazer imediatamente:

  • Meça sua glicemia, se possível;
  • Consuma 15g de carboidrato de rápida absorção;
  • Aguarde 15 minutos e meça a glicemia novamente;
  • Se a glicemia continuar baixa, repita o consumo de carboidrato rápido.

Após estabilizar, faça um pequeno lanche com carboidrato para evitar nova queda. Além disso, não volte a dormir imediatamente após a crise, especialmente com sintomas.

O mais importante: anote episódios de hipoglicemia (horários, dias e sintomas). Essas informações ajudam o endocrinologista a identificar padrões, ajustar doses de insulina ou medicamentos, além de orientar melhor a rotina alimentar e de exercícios.

 

Acompanhamento médico pode salvar muito mais do que seu sono


Ter episódios de hipoglicemia noturna não deve ser encarado como algo “normal” no controle do diabetes. Muito pelo contrário: é um sinal claro de que algo precisa ser ajustado.

É justamente com o apoio de um especialista, como o Dr. Daniel Panarotto, que possui mais de 20 anos de experiência na área de diabetes, que o paciente pode identificar a origem do problema e ajustar o tratamento, prevenindo novos episódios.

Dormir bem também é parte do tratamento para diabetes.