Paciente diabética realiza o teste de glicose e toma medicamentos.

Autor: Dr. Daniel Panarotto

Existe uma relação muito relevante entre nossas defesas imunológicas e o diabetes. Portanto, não podemos falar de um assunto sem abordar o outro. 

De uma forma simplificada, o sistema imunológico funciona como uma verdadeira barreira de defesa, protegendo nosso organismo contra ameaças invisíveis. Agora, pense no que acontece quando esse escudo entra em colapso e não atua como deveria. 

No caso do diabetes, a interação entre o sistema imunológico e os níveis de glicose no sangue podem desencadear diversos problemas no organismo. Mas como isso realmente acontece? Vamos entender melhor essa relação.

 

Diabetes Mellitus (DM): saiba mais sobre seus aspectos imunológicos


O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue devido a problemas na produção ou ação da insulina. 

Existem dois tipos principais da doença, como você verá abaixo.

 

  • Diabetes Tipo 1

O quadro clínico tem origem autoimune, ou seja, o próprio sistema imunológico ataca as células do pâncreas, impedindo a produção de insulina.

Os pacientes com diagnóstico de DM tipo 1 sentem os seguintes sintomas:

  • Necessidade de urinar múltiplas vezes ao dia; 

  • Insaciedade alimentar e sede;

  • Dores de cabeça;

  • Perda da massa muscular;

  • Perda de peso; 

  • Indisposição, mal-estar, fraqueza e fadiga; 

  • Oscilação de humor e nervosismo;

  • Náusea e vômito.

Nos casos de diabetes tipo 1, a ligação com o sistema imunológico é mais evidente, pois ocorre uma reação autoimune.

 

  • Diabetes Tipo 2

Uma condição relacionada à resistência à insulina e à produção insuficiente do hormônio, sendo mais comum em adultos e ligado a fatores como obesidade e sedentarismo.

Os sintomas do DM tipo 2 incluem:

  • Alterações visuais (vista embaçada ou visão turva);

  • Infecções mais frequentes, especialmente nos rins e bexiga 

  • Cicatrização lenta de feridas; 

  • Cansaço e indisposição no dia a dia;

  • Micção frequente, voluntariamente ou não;

  • Sensação de formigamento nos pés; 

  • Lesões na pele, como furúnculos.

Uma avaliação para diabetes, junto a um endocrinologista, é recomendada ao sentir qualquer um destes sintomas.

 

Quais são as complicações mais sérias do Diabetes Mellitus?


O Diabetes Mellitus traz diversas mazelas para o organismo em sua amplitude se não houver o acompanhamento médico.

Conheça algumas das complicações mais graves:

  • Neuropatia periférica (danos nos nervos);

  • Nefropatia diabética (comprometimento dos rins e insuficiência renal);

  • Doenças cardiovasculares;

  • Infecções frequentes e generalizadas;

  • Cicatrização lenta de feridas e risco de amputação;

  • Risco aumentado de acidente cardiovascular (AVC);

  • Desenvolvimento de depressão por conta do diagnóstico;

  • Retinopatia diabética (problemas de visão devido ao quadro diabético e cegueira)

Tendo em vista as sérias complicações, é primordial tratar qualquer quadro diabético com seriedade. Com tratamento, pacientes podem neutralizar essas complicações e levar uma vida próxima à normalidade.

 

Sistema imunológico e diabetes: qual é a conexão?


O sistema imunológico tem um papel central no funcionamento geral do organismo, uma vez que desempenha as defesas do nosso corpo. 

Porém, no Diabetes Mellitus, o próprio sistema de defesa se torna um fator de risco adicional. 

No diabetes tipo 1, as células de defesa atacam o pâncreas, destruindo as células produtoras de insulina. Já no diabetes tipo 2, a inflamação sistêmica pode prejudicar a resposta à insulina, agravando o quadro da doença.

Além disso, o diabetes enfraquece a capacidade do sistema imunológico de combater infecções, tornando o organismo mais vulnerável a gripes, infecções urinárias e problemas de cicatrização. 

Por isso, o controle adequado da glicemia é indispensável para manter o corpo protegido e funcionando da melhor maneira possível.

 

Diabetes Mellitus tem tratamento?


Sim, o Diabetes Mellitus tem tratamento. O objetivo principal é manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa ideal para prevenir as complicações mencionadas acima. 

O tratamento inclui:

  • Alimentação equilibrada;

  • Exercícios físicos regulares;

  • Controle do peso;

  • Uso de insulina; 

  • Medicamentos orais que ajudam a regular os níveis de glicose no sangue;

  • Acompanhamento médico regular para ajustar o tratamento conforme necessário.

Embora não haja cura definitiva para o diabetes, o tratamento adequado permite que os pacientes levem uma vida saudável e com qualidade.

 

Como fortalecer o sistema imunológico em pacientes com diabetes?


Para pacientes com diabetes, algumas mudanças no estilo de vida são fundamentais para o sucesso do tratamento:

  • Adote uma dieta rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras;

  • Beba bastante água;

  • Mantenha os níveis de glicose dentro dos padrões recomendados pelo especialista;

  • Garanta que a vacinação está em dia, especialmente contra gripe e hepatite B;

  • Tenha um sono de qualidade e uma rotina tranquila;

  • Pratique exercícios para melhorar a circulação e controlar o peso;

  • Faça visitas regulares ao médico para atualizar o tratamento;

Alimentos ricos em antioxidantes, como vitamina C (encontrada em laranjas e outros cítricos) e zinco (presente em nozes e sementes), também ajudam a fortalecer as defesas do organismo.

 

A importância do acompanhamento clínico para prevenir complicações imunológicas no Diabetes Mellitus



O acompanhamento clínico regular é fundamental para prevenir complicações imunológicas no diabetes. 

Consultas periódicas com endocrinologistas e outros profissionais de saúde permitem:

  • Monitorar os níveis de glicose no sangue de forma precisa;

  • Identificar sinais precoces de infecções ou inflamações;

  • Ajustar o tratamento conforme necessário;

  • Orientar sobre hábitos saudáveis para fortalecer a imunidade;

  • Realizar exames preventivos para detectar possíveis complicações.

Esse acompanhamento contínuo garante um controle eficaz da doença e proporciona mais qualidade de vida ao paciente.

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