
Autor: Dr. Daniel Panarotto
Chamados de “espelhos da saúde”, os olhos mostram pistas valiosas sobre o estado de vários sistemas do organismo. Por isso, uma estatística divulgada pelo Ministério da Saúde é motivo de preocupação.
No Brasil, estima-se que entre 24% e 39% das pessoas com Diabetes Mellitus desenvolvem algum grau de Retinopatia Diabética, uma complicação silenciosa que pode levar à perda parcial ou total da visão.
Nesse cenário, o acompanhamento do diabetes torna-se indispensável para pessoas que vivem com a doença, pois pode salvar a visão de pacientes. Acompanhe esse conteúdo para saber mais!
Retinopatia Diabética: entenda essa complicação silenciosa do Diabetes
O diabetes, quando não controlado, afeta várias partes do corpo, e os olhos estão entre os órgãos mais sensíveis.
A Retinopatia Diabética, nesse sentido, surge quando o excesso de glicose no sangue danifica os vasos sanguíneos da retina. Com o tempo, esses vasos ficam frágeis e provocam vazamentos, comprometendo a visão.
Esse processo é silencioso: muitas vezes, não apresenta sintomas nas fases iniciais, mas pode levar à cegueira se não for diagnosticado e tratado a tempo. Abaixo, conheça as fases da doença.
Retinopatia Diabética Não Proliferativa (RDNP)
Estágio inicial, em que há microaneurismas e pequenos vazamentos nos vasos sanguíneos. O paciente pode não perceber alterações visuais nessa fase.
Retinopatia Diabética Proliferativa (RDP)
Estágio avançado, em que novos vasos frágeis se formam na retina. Eles se rompem e causam hemorragias, cicatrizes e até descolamento da retina, aumentando o risco de perda da visão.
Sinais de alerta: saiba quando buscar ajuda médica especializada
Embora a Retinopatia Diabética possa evoluir sem sintomas nas fases iniciais, alguns sinais não devem ser ignorados:
- Visão embaçada ou distorcida;
- Manchas escuras (pontos pretos) na visão;
- Dificuldade crescente para enxergar de perto ou de longe;
- Exame de refração alterado (aquele que define o grau do óculos);
- Visão noturna dificultada;
- Perda da visão periférica;
- Perda gradual ou súbita da visão como um todo.
Não espere esses sintomas aparecerem para consultar um especialista. O exame oftalmológico pode detectar alterações ainda silenciosas. Saiba mais abaixo
Exames oftalmológicos: para detectar problemas além da visão
A avaliação oftalmológica não é apenas para medir o grau dos óculos. Alguns exames permitem identificar doenças sistêmicas de forma precoce. Entenda como isso acontece:
- Exame de Fundo de Olho: para identificar microaneurismas e hemorragias;
- Mapeamento de retina: para detectar lesões periféricas e complicações do diabetes;
- Tomografia de coerência óptica (OCT): para revelar edemas e espessamentos
Alterações nesses exames indicam não só complicações do diabetes, mas também sinais de hipertensão arterial, colesterol alto e outras doenças circulatórias.
Diagnóstico precoce: não deixe a sua visão para depois
A Retinopatia Diabética compromete não apenas a saúde ocular, mas também a autonomia e a qualidade de vida, trazendo consigo custos emocionais e financeiros inestimáveis.
Por outro lado, existem estratégias eficazes de prevenção e tratamento. O controle rigoroso da glicemia é o primeiro passo para evitar a progressão da doença.
Além disso, quando indicado, terapias a laser, injeções intraoculares e cirurgias oculares podem ajudar a preservar a visão.
No entanto, a eficácia destes tratamentos está diretamente relacionada ao momento em que a doença é identificada. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores as chances de manter a saúde ocular.
Com que frequência pacientes diabéticos devem realizar exames oftalmológicos?
A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda que pacientes com diabetes realizem um exame oftalmológico completo pelo menos uma vez ao ano, mesmo que não apresentem sintomas visuais.
Em alguns casos, no entanto, a frequência deve ser maior:
- Pacientes com diabetes de longa duração;
- Presença de hipertensão arterial e/ou colesterol alto;
- Histórico prévio de alterações oculares.
Esses casos exigem consultas mais frequentes, conforme avaliação multidisciplinar do oftalmologista e endocrinologista.
Exame ocular como parte do Check-up Diabetes: por que o Dr. Daniel Panarotto adota a abordagem multidisciplinar
Em pacientes diabéticos ou com predisposição, o exame ocular não deve ser visto de forma isolada. Afinal, como analisamos até aqui, alterações na retina podem evoluir de forma silenciosa, e só uma avaliação integrada garante prevenção real.
O Dr. Daniel Panarotto, Endocrinologista com mais de 20 anos de experiência, defende a importância de unir especialidades (do controle metabólico ao acompanhamento ocular) para proteger a visão e a qualidade de vida de seus pacientes.
Agende sua consulta e conte com uma abordagem que enxerga o todo, não apenas a doença.