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Autor: Dr. Daniel Panarotto

Tempo de leitura: 8 min.

Durante quase toda a nossa existência como espécie (entende-se aqui como espécie humana, o aparecimento dos primeiros hominídeos, há cerca de 7 milhões de anos), a quantidade de sal na nossa dieta foi muito pequena. Nosso corpo precisa de sódio e cloro, que são os componentes do sal de cozinha, e por isso desenvolvemos a percepção específica ao gosto salgado. Ao longo da história, sempre buscamos este mineral na natureza, para podermos manter nossas funções fisiológicas.

Além disso, depois da era glacial que terminou em 11 000 A.C. o homem começou a descobrir outras utilidades para o sal. Complementar a alimentação de rebanhos domesticados foi uma delas. Conservar alimentos foi outra. Desde então o nosso cloreto de sódio passou a ter um grande valor comercial, a tal ponto de ser controlado e monopolizado por vários estados, a fim de gerar renda para guerras e obras. O exército romano, por exemplo, por vezes era pago com uma porção de sal. Este curioso hábito deu origem ao termo “salário”. Outras palavras, como “soldo” e “soldado” também se originaram deste costume, enquanto que o hábito egípcio de salgar vegetais originou o termo “salada”.

Portanto, ao longo dos milhões de anos de nossa existência, a nossa capacidade de conservar o sal no corpo era uma evidente vantagem competitiva, e aumentava a capacidade de sobrevivência. Ao sobreviver por mais tempo o ser humano tinha maior probabilidade de passar adiante seus genes, e com eles, a característica de reter o sal no organismo.

Enquanto o consumo de sal na dieta foi baixo (acredita-se que na era pré-industrial ele não passava de 1g ao dia, na maior parte do mundo), a capacidade de reter sal continuou a ser vantajosa. Porém, com a disponibilidade universal de sal para o consumo humano, que decorreu da produção em larga escala do mineral, o consumo médio passou a ser de 5 a 15 g ao dia. No Brasil estima-se que se situe em torno 9 a 12 g ao dia.





Embora alguns experts ainda questionem o malefício do excesso de sal na alimentação, a maioria concorda que estas taxas de consumo são responsáveis por uma série de doenças, como a hipertensão, o infarto, o acidente vascular cerebral, a insuficiência cardíaca e o câncer gástrico. Todos os anos, alguns milhares de vidas são ceifadas por estas doenças.


Estes dados têm gerado iniciativas governamentais em diversos países, e o Brasil felizmente é um deles, para diminuir o sal nos alimentos. Em um acordo do Ministério da Saúde com a Associação das Indústrias de Alimentação (ABIA), mais de 17,2 mil toneladas de sal deixaram de ser consumidas, depois que este acordo foi firmado. Mas não devemos somente esperar pela iniciativa da indústria alimentícia. Não há nenhuma lei que proíba o acréscimo de sal na comida, e, por isso, a adesão ao acordo é voluntária.

 

Mas o que você pode fazer para reduzir o consumo de sal na sua dieta? Veja 5 dicas para atingir este objetivo:


DICA 1. Comece por retirar o saleiro da mesa. Não acrescente sal a alimentos como vegetais e legumes.

DICA 2. Substitua o sal por outros temperos, como pimenta, ervas, vinagre e azeite.

DICA 3. Diminua aos poucos a quantidade de sal que acrescenta no cozimento dos alimentos. Se você reduzir gradativamente o sal, não sentirá a diferença.

DICA 4. Sempre opte por produtos frescos, não industrializados.

DICA 5. Diminua o consumo de carne e embutidos.

 

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